Cano de esgoto principal

Na semana passada, quando a crítica de arte, gringuesa Clair Maintoper veio ao QELA, só falou bobagens, não soube o que falar.
O que é, e deve ser.
O que é, e não deve ser.
ARTE
Essas coisas ela não respondeu, ficamos todos ouvindo bobajeitosas palavras de explicacionisses tolas.
Levando-a até o seu embarque para a terrinha, disse baixinho no seu ouvido, no apertado abraço amigo.
Deve ser o que É, e pode ser.
Ontem ela me disse, entendi o que você falou olhando pela janela do avião, vendo aquele espaço externo todo ocupado por ELA.

Na Pintura


Na Pintura, o suporte, veio de outras questões, está ordenado pela verticalidade, no olhar.

Apesar da horizontalidade quase exclusiva do nosso deslocamento na Terra, a precisão de horizonte como conceito perceptivo é fundamental.

A reflexão sobre os 2 eixos, o vertical e o horizontal, na transferência de assuntos pelo desenho e pintura, ambos transitando em 2 vias, de um espaço multidimensional, mental, na codificação do espaço, para outro bidimensional, os suportes, perdem a velocidade.

Mesmo com a saída do cavalete para o campo, não foram transformadas essas vias.

Sobre a questão do suporte à horizontalidade, não é o plano de primazia.

Quando ele, no registro, altera o valor de questionamento na valorização estabelecida pelo volume adquirido no desenho pela land-art, as eleições dos lugares como suporte determinam.

Para a land-art o volume, inegável existência na topografia, a paisagem assume desconsertância, ser o suporte para um desenho volumétrico atravessado no espaço.

Os amiguinhos



Quando vi o ninho na pitangueira, imaginei,


esse passarinho deve usar garfo e faca.


Fui conhecê-lo na minha mesa de trabalho.





Punctae - 74 . SJC-SP - land-art



Fazendo o Punctae, especulando o olhar no questionamento do procedimento racional da lógica normativa e descritiva, percebi as questões: o que olhar, de onde olhar, para que olhar, dariam definições diferentes para os mesmos lugares ocupados.

O Punctae foi feito em 1974 em São José dos Campos-SP, tinha 80 metros de diâmetro interno e com uma largura de seus eixos e da circunferência de 5 metros.

Passados alguns anos a Lisete Lagnado me pediu um editorial sobre o Punctae para a Revista Arte em São Paulo, ei-lo.


Revista Arte em São Paulo,
№ 29 - março de 1985


Ogni pensiero vola ou Uma coisa outra

Fernando Zanforlin
Dormiu preocupado.(pensado)
Sabia que seria difícil. ( doloroso)
Acordou.
Leu os fatos, foi chamado.

Tinha cinco filas,
Esperou sua vez
E sentou.

- Boa tarde.
- Boa tarde?
- Boa tarde!

- O Sr. sabe escrever com máquinas?

Os projetos nascem através de desenhos, vai para a paisagem numa escala enorme, onde a dimensão e a distância são importantes para a leitura.

- Qual a sua pretensão salarial?

Bom ... Depois disso volto ao desenho, pintura, escultura retornando novamente para a paisagem.

- Qual o seu horário disponível?

O processo requer uma metodologia de símbolos, sinais, estudos botânicos, psíquicos e até radiestésicos e tantos outros, conforme a preocupação momentânea.

- Qual o seu último emprego?

Em Veneza por volta de 1750. O Sr. Pietro Longui tinha um rinoceronte e necessitava de quem cuidasse do animal, bem aí ... Ah! Também trabalhei em algumas propriedades do sr. Paolo Di Dono ou Uccelo em Pratovecchio.

- Aqui na fita, diz que o Sr. É arquiteto, mineiro de Belo Horizonte, há vinte anos em são Paulo, primeiros contatos com as artes em 1960 em Ouro preto e a Pampulha, com o arquiteto Plutarco, certo?

No momento não me preocupa a documentação da obra ou o registro dela como um fato, mas como meio de atividade de conceber, ora listando as ferramentas que irei usar, ora fazendo a ferramenta.

- Quando começou a sentir estas dores?

Também gosto de utilizar materiais encontrados nos locais das obras, que me envolvem amorosamente, ou fazendo somente um fragmento da obra, que irei retomar mais tarde. Uma inquietação manifestada despreocupadamente.

- O Sr. se alimenta corretamente?

Minha expressão é evolutiva e imprevisível e uma mesma preocupação possui variadas formas de interpretar, pintura, desenho, gravura escultura e até bordados.

- Tem alguma alergia?

A produção necessita de dois pólos opostos, o produtor e o consumidor, e existe os distribuidores e estes com uma preocupação comercial muito grande, há também o embalador que deveria ter uma noção macrocósmica, no seu embalo, portanto falta inter-relações novas entre as partes.

- O sr. faz algum esporte?

Uma coisa importantíssima acontece, das classes artísticas a dos músicos e compositores é a de maior entrosamento dinâmico.

- Qual é o seu peso?

Estamos na virada para o segundo milênio “para postular nova ordenação dos códigos é preciso desarrumar o existente” e desarrumar não é destruir.

- O Sr. está a par do nossa filosofia de trabalho?

Assim aprenderemos a formar e criar linhas de estudos e análises sistemáticas.

- Bom, então o emprego e do Sr.

(Poxa, que pena, estou totalmente ocupado, com o meu desemprego)




O que olhar.


Marcando um lugar, a circunferência com o cruzamento das linhas diametrais cruzadas circunscritas, define o que olhar.


PUNCTAE


Na efemeridade do olhar passageiro, o tempo se faz entre a germinação e a floração.


Terra transformada em oceano, a marcação evadida, soçobra, a intenção férrea na rocha fere o efêmero eternizado.

Arte, fé e poder




# 1- Q.E.L.A.





Quero começar essa reflexão percurtindo nas origens remotas do surgimento do homem como agente na transformação da natureza a margem da história.

A “tékne” para o homem surgiu como forma de trabalho, uma condição qual necessária para que se efetuasse um intercâmbio entre o homem e a natureza.
Assim com o trabalho, o homem apoderou-se da natureza, transformando-a e dando-lhe formas novas por meios mágicos.
Com esse trabalho, refratário aos valôres estéticos, tais como: superfície, massa, proporção entre as formas, planos, operava-se essa mágica como estratagema para a coletividade.

Formas que plasmadas pelo conhecimento social adquirido, evoluído pela atividade coletiva do trabalho, encontrava a eficiência da mágica de um conteúdo, e como “poíeses”, criava suas fantasias.
A relação entre, devoção religiosa e a cultuação "post-mortem" foi uma das dificuldades de compreender questões entre poder, fé e a arte.
Algumas transformações do lugar representaram tamanha soma de esforços físicos, com ciência, habilidade e organização social que somente a devoção para tais intentos poderiam provocá-las.
Essa “tékne” preponderantemente a serviço do domínio da natureza e suas relações sociais, faz a mãe de tudo.
A guerra, paragonando com Heráclito, traz o ato guerril para o amansamento da natureza.

Numa resultante jungueana a produção de obras de arte em juízo de valor, o próprio as considerava inferior ao nascimento das idéias religiosas.
Contudo, sem observação da ação criativa, estabelecia-se as raízes do “eu”, no desenvolvimento do homem e percebia-se um divino.
A imaginação consoante as necessidades criava as ferramentas pelas destrezas manuais, vindas da consciência desenvolvida “lenta e laboriosamente” que instigava o surgir da inteligência.
Essa consciência manifestada por uma visão socialmente condicionada pelas formas artísticas, “poiésis”, mostrou um novo nível de consciência, o nível simbólico, conduzindo a formação de grupos antes isolados de pessoas com certos interesses, para grupos com interêsses comuns.

Característica comum, a devoção, contribuiu para o interêsse dos grupos estabelecerem relações entre si, buscando conhecimento do mundo em que viviam.
A natureza-matéria transformada em forma objetiva, como artefatos, impõe a necessidade de qualificar esse topos originador, trazendo-o da topotesia.
O mundo como “sítio humano”, orientado e dimensionado para estruturar o homem em suas dimensões psíquicas, físicas e espirituais organizado por artefatos, orientam lugares.
Como o lugar é uma parte do ser, espaço aparelhado, estabelece a comunicação entre as dicotomias, dentro, fora, em cima, embaixo, perto, longe, grande, pequeno, e outros aspectos toporâmicos.

Na vivência do espaço etológico, marcada a natureza, invadida, apropriada, houve o trabalho de transformação das coisas para extensão dos membros na criação das “ferramentas para ferramentas”.

Pela transformação imperiosa da natureza houve os intervalos, os processos, os sincretismos, ordenando o lugar.
Nos questionamentos dos aspectos de abordagem para a ocupação do espaço com a objetividade referenciada no tempo histórico-social, a monumentalidade sincretizou a transformação simbólica do lugar, e isso foi com a arte.
Essa arte física, ocupando o espaço tinha um objetivo material, penso assim.
O objetivo dessa arte na paisagem ocupando um determinado lugar com uma determinada forma, com determinados materiais, era o poder material.
No transcorrer, com a obtenção de bens que demonstravam poder, ocorria uma outra ocupação espacial, agora mental.
Qual ocupação mental senão pela fé que depositada na arte louvava e temia a deuses.
Como retribuição, no dever de a Deus louvar pelos ganhos materiais obtidos, a arte iniciou sua trajetória na ocupação de um espaço mental.

Bibliografia:

ARGAN, Giulio Carlo. Arte e Critica de arte.Lisboa, Estampa, 1993
BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo, Ática, 1985
BOWLE, John (org.).Pequena enciclopédia da história do mundo, Vol.1, São Paulo, Cultrix,1994
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano.São Paulo, Vozes, 1994
COTTRELL, Leonard. Lost Civilizations, London, Collins, 1974
ELIADE, Mircea. História das crenças e das idéias religiosas, Vol.1,São Paulo, Zahar, 1978
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. São Paulo: Zahar, 1976
GOMBRICH, Ernest H. A história da arte. Rio de Janeiro, Zahar, 1978
JUNG, Carl G.. El Hombre Y sus simbolos. Madrid: Aguilar Ediciones, 1966
MCEVILLEY,Thomas. Sculture is in the Age of Dougbt. Nova York, Allworth Press,1999
OLIVEIRA, João V. G., A humanização da arte: temas e controvérsias na filosofia.Rio de Janeiro, Pinakotheke, 2006
OSBORNE, H. Estética e Teoria da arte. São Paulo, Cultrix, 1970
READ, Herbert. O sentido da arte. São Paulo, Ibrasa, 1968

Canais de Suez - land-art













Reformulação do canal pelo plural.


Restringir a militarização ostencisa, para sociabilização para a região, revitalizando a fronteira com o Sinai.




Reconhecimento do Egito à opressão ao povo de Israel.
Êxodo 3.4, Missão de Moíses, 16 - 19



A luz sobre os planos

Na determinação do ponto, fixado pelo cruzamento de 2 retas determinadas por outros 4 pontos, surge o prisma, determinado por todos os pontos no plano.


Nos pontos do espaço, o prisma não é plano, a luz sobre os planos geram as figuras de interferência.

A land-art o ermo, o anti-museu, quando se apresenta, não tendo nenhum espectador, está lá, pulsando e sendo compriminda pela luz.



Se a ocupação do lugar for mental, ela, a obra, agora controlada por uma dimensão impenetrável, existe uma só vez, só no momento da determinação.

Arte/educação

Imagens tentando adequar uma teoria, preencher com sistemas de significados e com
“a insanidade de colocar idéias na pintura”,
isola a vaca.

Princípios para a educação em arte:

Sensibilidade para matar o gato ao som de Claire de Lune de Debussy e com criatividade para não estragar o pêlo.

Os museus para terem milhões ao quadrado de gentes, ao organizar o pendurar pela ordem cronológica, mudando para alfabética daria mais educação.

No desenvolvimento dos sentidos resulta-me, na contemporaneidade do pos-moderno com resquícios da modernidade, como artista intrinsecamente educador, interpor a land-art, o minimalismo e o conceitual com interatividade educacional, é o que pesquiso no Quintal.

Não toque, não ultrapasse a linha



A idéia de museu remonta do sec. IV entre 307 e 317, quando o filósofo Demetrio de Falero governou Atenas, aconselhou Alexandre a construir o santuário das musas, o museu, e uma biblioteca.
Museu vem do termo grego MOUSEÎON – lugar ou templo onde residiam as musas.


Ele é um museu de escultura moderna ou contemporânea?
Usar o espaço de museus para outras atividades, se houver possibilidade, por que não?
O modêlo francês estatal, de gestão, está ultrapassado.
O ICOM sabe: como obter grana para fazer o que deve fazer os museus?
E o que deve fazer os museus? (eles estão perdidos neles mesmo)

Ao museu, espaço confinador “cego” e “insensível”, que não evita o vazio desprovido, cabe a importância do reconhecimento das “poiésis” no resoluto e mínimo objetivo, a inclusão da arte e seus processos, todos os processos com uma historiografia, na adversidade que tais obras oferecem para o museu, como a Grande Mãe guardiã no seu hermetismo anacrônico no comprometimento com as artes.
Colocando mais porco que é barro, mesmo, estão os Centro Culturais, muitos, toda empresa tem o seu, graças ao Rouanet e suas distorções.

Como bom mineiro penso em lançar a idéia do Museu do Pão de Queijo, afinal cada cafundó deveria ter o seu museu, para fazer um ajuntamento de tralhas e ser o divertimento cultural do dono e do povo.
Não quero dizer que o Mrs. Tim cá entre nós o Nhotim, seja só um divertimento do dono, é também uma outra forma de gastar dinheiro (investir) com competência, quem tem gasta (investe) como quer.
Para qualquer coisa dar certo, no centro hà competência, está lá, o conhecimento do negócio é fundamental.

Pelo que contam a dona “Fulanstroca do mube” é mais chegada, no cheguei, ai, meu chapa não dá.
ARTE É COISA SÉRIA.

Gosto do modelo do SFMOMA - São Francisco Museu de arte Moderna é profissional, correm atrás da grana, estudam o que devem estudar, fomentam as artes em várias situações, formam profissionais e dão festas.
A arquitetura também é interessante do Mario Botta,e sem bairrismo dos gringos ele é suíço.
SFMOMA

Segundo a forma


Q.E.L.A.

Hoje é o aniversário de 1 ano, o primeiro d’O Contrário é a mesma coisa, como é festa terá bolo de chocolate, com exagero de cobertura, e copos de leite A gelado.( afinal é festa)

Na entrosada data será dado o início da nova oficina : QUINTAL DE ESTUDOS DE LAND-ART - QELA , nos moldes da High Desert Test Sites - HTDS da Andréa Zittel e com menos pretensão o The Center for Land, Use, interpretation - CLUI do Matthew Coolidge.




Sobre a QELA, será um local de estudos e pesquisas de arte utilizando as noções básicas do non-site e specific site, pela simpatia da natureza dessas questões em arte nos meus trabalhos.

Os estudos estarão em paralelo com alguns pontos constantementes analisados nos últimos anos por minhas pesquisas :

o que olhar, de onde olhar, para que olhar.


Acredito que Duchamp na sua última obra, Etant Donnés, ocupou-se dessas questões mas com um inconcluso mapeamento, o mesmo acontecendo com Oppenheim e Smithson na ocupação do specific site ao seu desmembramento para o non-site cingido pelo deslocamento da obra de arte.
Agradeço a ausência necessária dos convidados no compartilhamento com os 3 artistas, que ordenaram essas questões nos meus trabalhos durante os últimos 23 anos e ao Heizer que sabiamente diz: Everything is beautiful, but not everything is art.

Tornar invisível

Em 1972 fiz a nuvem visível que torna as coisas invisívéis. O Lessing em Laocoonte, Arte e Vida, pensou a nuvem como um signo unicamente arbitrário nos pintores e não tem nada de natural, assim sendo um signo arbitrário não tem o sentido claramente determinado que deveria ter, pois tanto utilizam para fazer invisivéis as coisas como para fazer visível o que antes era invisível.

A definição do ponto é o lugar, coordenadas para fixação determinada é determinante.
As coordenadas em 2 eixos no plano, no espaço é o terceiro, no quarto é o tempo.

Se não existe o deslocamento o tempo é estático.
A visão está no tempo.